Sobre a perspetiva de cacos e ossos
Os madianitas eram um povo cuja cerâmica é proto-história — humanos e animais pintados a vermelho escuro em barro. Foram brevemente opressores dos israelitas, levando consigo gado, tendas e camelos para destruir as colheitas, limpando-as como «nuvens de gafanhotos».1
Uma vez, enquanto malhava trigo às escondidas, um homem queixou-se: «Onde estão as coisas maravilhosas que os nossos pais nos contaram que o Senhor costumava fazer: a maneira como os tirou do Egito? O Senhor abandonou-nos e entregou-nos aos madianitas.»2
Onde estão os madianitas? A Terra reclamou-os e à sua olaria para sedimento; o que resta deles esperou milénios em horizontalidade original, esboroado em cacos e ossos até depositarmos por cima o mundo ocidental munido dos seus próprias desinfetantes e profecias. De vez em quando, também as vemos esboroar e demolir. Por exemplo:
the wall running through Berlin—a material symbol of the ideological “Iron Curtain” that cut through the heart of the ancient continent—appeared as the shape of forever, an unshakable truth of our lifetimes.3
Que perspetiva teria tido Gedeão se visse mais à frente, e que perspetiva temos nós ao olhar para trás?
I hold on to these memories now as a reminder that there is at any given moment much reality we do not see, and more change possible than we can begin to imagine.4