A pé ou de carro

Páscoa

Ao rever a Páscoa esta manhã, pensei num salmo em que, traduzindo literalmente, Deus diz “Não lidarei falsamente com a minha fidelidade”. A OL tradu-lo como “nem deixarei de cumprir a minha promessa” e a BPT, como “não renegarei a minha fidelidade”. A primeira escolha é mais fácil de apanhar; mas a segunda tem mais implicações. Também o Capitão América faz promessas, mas até ele renegaria a sua fidelidade.

Não está em causa o objeto da promessa, mas quem a faz. O Deus do texto não é tanto fiel a mim como à sua natureza. Ele é absolutamente ele; não se trai por mim, nem por ninguém. Parece ter implicações cósmicas, a que este Deus presta atenção, que eu também devia ser absolutamente eu, e que cometi uma injustiça quando fico aquém de quem sou.

A Páscoa é o caráter divino dolorosamente levado a cabo, o Deus do texto de cara empurrada contra o pó da terra. É ele, como diz a música, a amar pelos dois, ele fiel à sua natureza.

#psicologia #teologia