O silêncio
Os dias que atravessamos ecoam um poema de Pablo Neruda (via Maria Popova), O silêncio (trad.):
Vamos parar um segundo sem tanto esbracejar.
Seria um momento exótico sem pressa nem motores; estaríamos todos juntos em repentina estranheza.
Neruda não imaginou que o silêncio se manifestaria como nestas últimas semanas, no cruzamento entre conectividade e pandemia, em que pela primeira vez algo nos fez recuar a todos, mundo fora, para trás de portas até levantarem quarentenas e estados de emergência. O Público reportou que estamos a emitir menos um milhão de toneladas de CO2 por dia. Quando o isolamento terminar, os governos vão ter de decidir como estimular a economia. Ao mesmo tempo, nós vamos ter de decidir como nos movermos quando voltarmos para a rua. Qual será o efeito de aproveitarmos a «repentina estranheza» para percebermos como o fazer?